Resenha: E Não Sobrou Nenhum de Agatha Christie

Título: E Não Sobrou Nenhum
Autora: Agatha Christie
Editora: Globo Livros
Gênero: Mistério, Crime
ISBN: 9788525057013
Ano: 2014
Páginas: 400
Classificação: 4 de 5 
Sinopse: Dez pessoas são convidadas pelo misterioso U.N. Owen para passar alguns dias numa ilha perto de uma aldeia pouco movimentada. Os convidados aceitam o convite e de igual maneira embarcam num barco local para a ilha. Na primeira noite, quando todos já se conheciam razoavelmente bem e conviviam animadamente na sala, ouve-se uma voz vinda das paredes da sala, acusando cada um dos dez presentes de ter cometido um crime, crime esse que apesar de ser despropositado ou inevitavél, levou à morte de outras pessoas. O pânico instala-se e mortes inexplicáveis se sucedem, tendo por única pista uma trova infantil.


E Não Sobrou Nenhum é a mais bem sucedida obra de Agatha Christie. Há muito tempo eu venho querendo conhecer pelo menos uma de suas obras e escolhi essa pra iniciar. O livro foi primeiramente lançado (em 1939) como Ten Little Niggers (no Brasil como “O Caso dos Dez Negrinhos”) e houve a mudança no título porque em inglês a palavra “nigger” é pejorativa e remete a racismo e no Brasil a editora, por motivo contratual, também teve que fazer a alteração.

Tudo começa quando dez pessoas são convidadas, por motivos diferentes (seja por trabalho, férias, reencontrar amigos, etc) para uma casa na Ilha Soldado (completamente isolados do continente). Elas não se conhecem e já no primeiro dia em que estão hospedadas, cada um é acusado de ter cometido um crime. Como se não bastasse, um a um começa a morrer misteriosamente e aos poucos eles percebem que terão que desvendar o mistério dessas mortes e quem está por trás disso antes que sejam as próximas vítimas, além disso, devem descobrir uma maneira de sair da ilha.

A narração é dividida entre vários pontos de vista e aos poucos vamos conhecendo um pouquinho de cada personagem. A história já começa com eles no trem a caminho da ilha, com alguns deles contando o motivo de ter sido chamado para lá. Quando cada um é acusado de um crime, passamos a conhecê-los um pouquinho mais e ficamos sabendo se eles são ou não culpados da acusação.

O livro tem todo um clima de mistério e embarcamos junto com os personagens tentando desvendá-los. Ficamos com a pulga atrás da orelha, se perguntando, será que o assassino está entre eles? Quem é o misterioso anfitrião U.N.Owen? Seria ele por trás das mortes? Afinal, ele os convidou e não apareceu na ilha com uma desculpa de estar atrasado. Quem será que está matando um a um? Existe mais alguém na ilha? Qual o motivo por trás das mortes? E porque eles foram os escolhidos? Essas e outras perguntas ficam martelando na cabeça do leitor.

Poucas coisas me incomodaram ao longo da leitura, como por exemplo, alguns capítulos terminavam “em aberto”. Exemplo, a última frase é a seguinte: “Eu me pergunto se...”. E é isso. Eu ficava me perguntando, “Se” o que? Essas reticências deixam no ar o pensamento do personagem, que não é finalizado e isso é bem esquisito.

Eu adoro o gênero investigativo, apesar de não ler muito (costumo mais ver seriados rs) e fiquei intrigada do início ao fim. O livro prende o leitor, que sem sombra de dúvidas vai tentar desvendar o mistério ao longo da leitura. Recomendo para quer curte o gênero e para quem quer conhecer Agatha Christie!

E eu não poderia deixar de postar aqui o poema infantil que é encontrado em cada um dos quartos dos hóspedes e no qual as mortes são construídas. 

Dez soldadinhos saem para jantar, a fome os move;
Um deles se engasgou, e então sobraram nove.
Nove soldadinhos acordados até tarde, mas nenhum está afoito;
Um deles dormiu demais, e então sobraram oito.
Oito soldadinhos vão a Devon passear e comprar chiclete;
Um não quis mais voltar, e então sobraram sete.
Sete soldadinhos vão rachar lenha, mas eis
Que um deles cortou-seu a meio, e então sobraram seis.
Seis soldadinhos com a colmeia, brincando com afinco;
A abelha pica um, e então sobraram cinco.
Cinco soldadinhos vão ao tribunal, ver julgar o fato;
Um ficou em apuros, e então sobraram quatro.
Quatro soldadinhos vão ao mar; um não teve vez,
Foi engolido pelo arenque defumado, e então sobraram três.
Três soldadinhos passeando no zoo, vendo leões e bois,
O Urso abraçou um, e então sobraram dois.
Dois soldadinhos brincando ao sol, sem medo algum;
Um deles se queimou, e então sobrou só um.
Um soldadinho fica sozinho, só resta um;
Ele se enforcou,
E não sobrou nenhum.


2 comentários:

  1. Esse livro é tão bom!!!
    Li há mais de 10 anos mas eu lembro de ter devorado.
    Acabei de ler O Assassinato de Roger Ackroyd e é outro muitíssimo bem escrito, recomendo!

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  2. Livro maravilhoso da Rainha! <3
    O final tãaao legal! kkk
    Que bom que começou por esse ;)
    Bjs
    http://acolecionadoradehistorias.blogspot.com

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