Resenha: Eu, Robô de Isaac Asimov

Título: Eu, Robô 
Autor: Isaac Asimov
Gênero: Ficção Científica 
Editora: Aleph
Páginas: 315
Ano: 2014
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Sinopse: Eu, Robô - 'Eu, robô' reúne os primeiros textos de Isaac Asimov sobre robôs, publicados entre 1940 e 1950. São nove contos que relatam a evolução dos autômatos através do tempo, e que contêm em suas páginas, pela primeira vez, as célebres 'Três Leis da Robótica' - os princípios que regem o comportamento dos robôs e que mudaram definitivamente a percepção que se tem sobre eles na literatura e na própria ciência.

Oi pessoal. Tudo bem? Primeiramente, o filme homônimo do Will Smith é inspirado nesse livro. Antes de falar de qualquer coisa eu preciso dizer: Eu acho esse filme um desserviço ao Asimov. Quem conhece os livros do bom doutor (como o Asimov é conhecido) sabe que aquilo na tela não tem nada de Asimov. Pronto, depois desses dois minutos de ódio posso começar a falar do meu escritor preferido de sci-fi. 

Como eu disse na resenha de Perdido em Marte, O Isaac Asimov é um dos principais ícones da ficção cientifica, ao lado de Arthur C. Clarke e Robert A. Heinlein. Nascido na Rússia, ele imigrou para os Estados Unidos ainda criança junto com sua família. 

Eu, Robô é composto por 9 contos. Essas histórias são amarradas à vida da Dra. Susan Calvin, psicóloga roboticista, que na introdução do livro nos é apresentada como uma das principais autoridades em cérebros positrônicos (cérebro dos robôs) e aceita as vésperas de sua aposentadoria revelar algumas histórias a um jornalista sobre a sua carreira e a evolução da robótica, desde os primeiros robôs, incapazes de falar, até os superinteligentes, capazes de tomar decisões que podem afetar toda a vida na terra.

O termo robô não foi criado pelo Asimov, apesar dele ser facilmente ligado ao tema. A primeira vez que o termo surgiu foi numa peça do dramaturgo checo Karel Čapek intitulada R.U.R. (Rossum's Universal Robots). O termo robô tem origem na palavra checa “robota” cujo significado é trabalho forçado. 

Um dos pontos que tornaram esse livro um marco na ficção cientifica é a criação das 3 leis da robótica: 

1ª Lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.

2ª Lei: Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a Primeira Lei.

3ª Lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira ou Segunda Lei. 

As 3 leis existem pelo fato do Isaac Asimov ter ojeriza do complexo de Frankenstein, no qual o criador cria a criatura que irá destruí-lo. O complexo chega a ser muito próximo também da hipótese existente nos campos da robótica e da animação 3D Uncanny Valey (vale da estranheza) que diz que replicas humanas ao se comportar de forma similar, mas não idêntica ao ser humano causam repulsa aos observadores humanos. 

O engraçado disso é que o ser criado por Frankenstein (apresentado no livro Frankenstein ou o prometeu moderno de Mary Shelley) pode ser considerado o primeiro robô verdadeiro da literatura, apesar de ser 100% orgânico. 

Ao introduzir as 3 leis, Asimov acaba protegendo suas historias do complexo de Frankenstein. Esse tipo decisão literária poderia ter tolhido a sua liberdade dentro do seu universo robótico, entretanto, aconteceu o inverso. Essa amarra deu a ele a oportunidade de explorar diversos aspectos do relacionamento entre humanos e robôs, a crescente antropomorfização dos autômatos ao longo dos contos, além de desenvolver uma sociedade servida por robôs e em constante evolução tecnológica.

Percebam, não entrei em detalhes dos contos, por motivos óbvios, não quero estragar a leitura de ninguém (hehe). Gostei de todos os contos. O Isaac Asimov tem uma escrita muito dinâmica e cheia de diálogos, ou seja, é muito fácil de lê-lo. 

Sobre a capa: Adorei essa edição da Aleph. Esse robozinho na capa ficou muito bom. Eu queria comprar esse livro faz muito tempo, mas sempre protelava, porém ao ver essa edição comprei na hora. 

Mais Asimov: Não mencionei acima, Asimov também escreveu a trilogia da Fundação (Fundação, Fundação e Império, Segunda Fundação) que é considerada uma das melhores séries de ficção cientifica já escrita. A HBO está com planos de transformá-la em série. 

Mais robôs: Quem quiser mais robôs positrônicos asimovianos pode ler os livros da série robôs dele. São romances policiais misturados com sci-fi. Os dois primeiros já foram reeditados pela Aleph. As Cavernas de Aço e O Sol Desvelado. Recomendo muitíssimo. 

PS: Como perceberam ao chegar aqui esse texto foi puro fan service (HAHA). 
No mais, até a próxima resenha.

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9 comentários:

  1. Olha eu já li apenas uma resenha em um outro Blog sobre esse livro e sinceramente gostei bastante, mas eu nunca tive oportunidade de ler e como eu sei que foi baseado no filme do Will Smith que na verdade eu adoro, com certeza daria uma chance para conhecer a escrita do autor, porque tudo que você contou me pareceu bastante interessante. Fiquei bastante curiosa para saber sobre essas 3 leis e tudo mais. Me lembrei muito do filme.

    Outra coisa, preciso dizer mais uma vez...Mas eu acho seu layout tão lindo rs

    http://lovereadmybooks.blogspot.com.br/2015/03/resenha-labirinto-de-espelhos.html

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  2. HAHA... Tudo bem por gostar do filme, eu que sou meio chato. Boto maior fé de você ler algo dele.

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  3. Quando p assunto é ficção científica, é quase impossível não tocar no nome de Isaac Asimov. Esse foi o único que li e confesso que gostei mais do filme ^^

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  4. Oi, Rafael.
    Acredita que nunca li nada do Isaac Asimov? Eu já tinha ouvido falar de Eu, Robô, na época em que saiu o filme, mas nem assisti o filme e nem li o livro. Gostei da edição da Aleph e de serem contos de fácil leitura.
    Abraço!

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    1. Oi... Sério? Dá uma chance para Eu, robô. Também tem outro dele que eu gosto bastante que é O fim da eternidade, recomendo-o muitíssimo.

      abraço

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  5. Fan Service hahahahahaha
    Mas é bom, não estraga a surpresa do povo. Eu já li esse livro e adorei, principalmente o primeiro conto, achei ele muito bonito sabe, com uma bela demonstração de carinho. Foi o único livro do Asimov que li até hoje mas foi o suficiente pra ver a maestria do autor ;)

    beijos
    http://pobreleitora.blogspot.com.br/

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    1. Oi... Haha... Eu gostei bastante de Mentiroso e Razão. Nsse primeiro conto ele consegue humanizar o Robbie de uma forma surpreendente. Coloca algum outro livro dele aí na tua lista =D.

      Abraço

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  6. Eu vi esse livro no skoob e, pelo nome, lembrei exatamente do filme. Daí li a sinopse e fiquei me perguntando: "será que o filme é adaptação desse livro?" porque a sinopse não parecia se tratar da história do filme, apesar de ter a mesma temática. Marquei no skoob pois fiquei curiosa, e adoro esse tema :) Agora que li tua resenha, fiquei mais curiosa; não só pelo livro, mas também pelo autor.
    Kissus
    www.penseicliquei.blogspot.com

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    1. Oi, minha meta aqui é fazer todo mundo vira fã do Asimov (HAHA... brincadeira). A intenção foi mesmo despertar a curiosidade. Espero que você aproveite e goste da leitura.

      Abraço

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