[Sessão Pipoca] Sofia Coppola (parte 1)


É difícil não conhecer o sobrenome Coppola, afinal, ele fala por si só: Francis Ford Coppola, além de pai da Sofia Carmina Coppola, é o diretor de clássicos como a excelente trilogia O Poderoso ChefãoApocalypse Now e A Conversação.

Sofia nasceu em 1971, em Nova York. Já foi casada com Spike Jonze, outro diretor, e atualmente é casada com o cantor Thomas Mars, da banda francesa Phoenix. Eles têm duas filhas: Romy e Cosima. A diretora sempre fora vista como uma pessoa quieta e discreta, além de ser um ícone fashion (tem sua própria coleção de bolsas Louis Vuitton e é amiga de Marc Jacobs).

Começou a sua carreira como atriz cedo, em filmes de seu pai, até que desistiu para tornar-se diretora. Até hoje, dirigiu 5 filmes: As Virgens Suicidas (The Virgin Suicides), Encontros e Desencontros (Lost in Translation), Maria Antonieta (Marie Antoinette), Um Lugar Qualquer (Somewhere) e Bling Ring: A Gangue de Hollywood (The Bling Ring).

O cinema de Sofia é delicado, melancólico e conta com personagens femininas que fogem dos estereótipos, assim como ela. Todos os seus filmes são aprovados no Teste Bechdel, um tipo de avaliação para a representação da mulher no cinema. As trilhas sonoras escolhidas são tão peculiares quanto, passando do rock ao pop, do rap ao pós-punk. O cinema de Sofia é único.

FILMOGRAFIA


AS VIRGENS SUICIDAS (THE VIRGIN SUICIDES, 1999)

Um grupo de amigos tornou-se obcecado por um grupo de irmãs, após uma delas cometer suicídio. Narrado por um dos garotos, voltamos aos anos 70 para ver o desenrolar dessa história.

Ninguém imaginava como pessoas como Ronald Lisbon (James Woods), professor de matemática, e a senhora Lisbon (Kathleen Turner) formaram pessoas tão belas. Elas eram 5. Cecilia (Hanna Hall), Lux (Kirsten Dunst), Mary (A.J. Cook), Bonnie (Chelse Swain) e Therese (Leslie Hayman).

A tristeza e a infelicidade rodeiam as irmãs. Elas só se sentem felizes e livres em suas fantasias. E com pesar nos olhos, Kirsten Dunst está excelente e se destaca como a protagonista da história.

Não há nada de belo e romântico na morte. Porém, Sofia Coppola conseguiu realizar isto com maestria. Ao final, quando o momento que deu título ao filme chega, somos deixados sem respostas. Respostas essas que devem ser formadas por nós, espectadores. 

Em seu primeiro longa, a diretora conseguiu contar a história de forma sensível e original, contando com uma ótima trilha sonora e uma fotografia fascinantemente delicada para ajudá-la. Um marco em sua carreira.


ENCONTROS E DESENCONTROS (LOST IN TRANSLATION, 2003)

De tempos em tempos, são lançados filmes que não necessitam de grandiosos efeitos e um grande orçamento. Encontros e Desencontros é assim, uma simplicidade pura. Sofia Coppola já tinha provado ser habilidosa em As Virgens Suicidas, mas é aqui que ela alcançou seu ápice.

O longa aborda alguns dias da vida de dois personagens, em Tóquio. Bob Harris (Bill Murray) é um ator decadente, que está na cidade para gravar uma propaganda, enquanto Charlotte (Scarlett Johansson) está acompanhando o marido, um fotógrafo de celebridades.

Ambos estão tristes, longe de casa e não conseguiram adaptar-se ao fuso horário. Inicialmente, a insônia serve como desculpa para os dois conversarem, já que sempre encontram-se no bar do hotel em que estão hospedados. Mas não pense que este é mais um romance de mais uma comédia romântica. Coppola não apela para este tipo de sentimentalismo e Lost In Translation não pode ser classificado dessa forma.

Para quem já foi à algum país onde não entende-se nada, várias cenas são de fácil identificação. As falas em japonês não são legendadas e os espectadores se sentem como os personagens: perdidos. Não foi por acaso que o título escolhido foi Lost In Translation (Perdido na Tradução).

Bill Murray está melancólico no papel de sua vida. Scarlett Johansson não fica muito atrás e está excelente. O roteiro e a direção de Sofia são sutis, mas de uma beleza incomparável. A trilha sonora está impecável.

Mas, o que torna um filme excelente? A direção, o roteiro, as atuações? Um filme excelente é aquele que te faz refletir mesmo dias depois de seu fim, é aquele que influencia sua vida, nem que seja um pouco. Encontros e Desencontros é assim.

Essa foi a primeira parte do especial sobre a Sofia Coppola. Na segunda parte, falarei sobre seus últimos projetos. Até a próxima!


2 comentários:

  1. Amei tua postagem. Sou fã do Coppola !!! Muito interessante saber sobre a filha dele.:).

    ResponderExcluir
  2. Eu sou fã do tipo de cinema que a Sofia faz, o meu filme favorito é Maria Antonieta.

    http://sobremimemeumundo.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir

Related Posts with Thumbnails