Resenha: A Desconstrução de Mara Dyer de Michelle Hodkin

Título: A Desconstrução de Mara Dyer

Autora: Michelle Hodkin

Editora: Galera Record

ISBN: 9788501098580

Ano: 2013

Páginas: 378

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Sinopse: Um grupo de amigos... Uma tábua ouija... Um presságio de morte. Mara Dyer não estava interessada em mensagens do além. Mas para não estragar a diversão da melhor amiga justo em seu aniversário ela decide embarcar na brincadeira. Apenas para receber um recado de sangue. Parecia uma simples piada de mau gosto... até que todos os presentes com exceção de Mara morrem no desabamento de um velho sanatório abandonado. O que o grupo estaria fazendo em um prédio condenado? A resposta parece estar perdida na mente pertubada de Mara. Mas depois de sobreviver à traumática experiência é natural que a menina se proteja com uma amnésia seletiva. Afinal, ela perdeu a melhor amiga, o namorado e a irmã do rapaz. Para ajudá-la a superar o trauma a família decide mudar para uma nova cidade, um novo começo. Todos estão empenhados em esquecer. E Mara só quer lembrar. Ainda mais com as alucinações - ou seriam premonições? - Os corpois e o véu entre realidade, pesadelo e sanidade se esgarçando dia a dia. Ela precisa entender o que houve para ter uma chance de impedir a loucura de tomá-la....

Meu nome não é Mara Dyer, mas meu advogado disse que eu precisava escolher alguma coisa. Como pseudônimo. [...] Sei que ter um nome falso é estranho, mas confie em mim: é a coisa mais normal a respeito da minha vida no momento. Até mesmo contar tudo isso a você provavelmente não é sensato. Mas sem minha enorme boca [...] ninguém saberia que em algum lugar por aí há uma aluna mediana com uma trilha de cadáveres nas costas. É importante que você saiba, para que não se torne o próximo. O aniversário de Rachel foi o princípio. Isto é o que eu lembro.

Mara Dyer deveria ser uma adolescente normal de 16 anos, mas meses após uma brincadeira com uma tábua ouija no aniversário de sua melhor amiga Rachel, ela acorda em um hospital sem lembrar como foi parar lá. Mas o pior foi descobrir que Rachel, seu namorado Jude e Claire (irmã de Jude) morreram no desabamento de um sanatório e que ela é a única que pode dizer como tudo aconteceu, pois foi a única sobrevivente.

Após esse trauma, ela começa a ter o que parecem ser alucinações de coisas que não deveriam existir e para que sua mãe não a interne em um hospital psiquiátrico, eles acabam se mudando, para que tenham um recomeço. Mara começa em uma nova escola e lá conhece Jamie, que será seu amigo. Além dele ela conhece o sexy e despojado Noah Shaw, mais conhecido por "pegar" todas as meninas do colégio e largá-las pouco tempo depois.

Não iria admitir que pensei ter visto a sala de aula desabar assim que entrei nela. Ou que meus amigos mortos tinham reaparecido, cortesia do meu transtorno de estresse pós-traumático. Desde que havíamos nos mudado, eu estava livre dos sintomas. Fui ao enterro dos meus amigos. Empacotei meu quarto. Andei com meus irmãos. Fiz tudo o que deveria fazer para evitar ser o projeto de minha mãe. E o que aconteceu naquele dia não valia nem remotamente o que me custaria contar a ela. [Pág. 46] 

Além de lidar com a crescente atração que começa a sentir por ele, que a provoca o tempo todo, ela terá que enfrentar algo muito sinistro, para não dizer totalmente bizarro: seus desejos começam a se concretizar e pessoas a seu redor começam a se machucar. Será Mara louca? Assombrada? Psicótica? Seriam apenas alucinações? É o que ela tentará descobrir. Mas não é somente ela que esconde segredos obscuros e estranhos, parece que Noah também tem os seus próprios...

Aos poucos, junto com Mara, vamos descobrindo o que aconteceu naquele dia fatídico que levou seus amigos desse mundo e onde ela se tornou a única sobrevivente. Sua memória começa a voltar aos poucos em sonhos ou lembranças. Tudo que ela quer é lembrar, mas será que essa será uma boa ideia?

Uma cena do crime. [...] Ele com certeza estava morto. Apenas horas depois de eu desejar. Exatamente do modo como desejei. Coincidência. Tinha de ser. Tinha de ser. [Pág. 79] 

Mara é uma personagem complexa. Depois do trauma que passou não dá para saber se ele é maluca, psicótica, se está apenas com estresse pós-traumático, se é assombrada ou qualquer outra coisa. Sua história é completamente intrigante e intensa. 

O que falar de Noah? Bem, ele é descrito por Jamie (novo amigo de Mara) como “babaca despenteado com um sorriso de fazer as calcinhas caírem”. Ele é o gostosão da escola, lindo de morrer e sabe disso. Seu ego é enorme, ele se acha, mas é difícil não se apaixonar por ele junto com Mara. Conforme as páginas passam e vamos descobrindo mais sobre ele, é impossível não sentir alguma coisa por ele, que é britânico, inteligente, sarcástico e totalmente sexy. Irresistível! Claro que ele tem seus defeitos também, mas depois que alguém se encanta por ele, fica difícil ver os defeitos tão claramente rs.

Mas não só de Mara e Noah se constitui a história. Conhecemos personagens secundários que eu achei fantásticos. O irmão mais velho de Mara, Daniel, que é incrível desde o inicio com a irmã, cuidadoso, inteligente, engraçado e tem todo um charme a parte. Joseph, o irmão mais novo de Mara, apesar da pouca idade também é muito inteligente, parece um adulto às vezes e é super fofo. Jamie é o novo amigo na escola que aconselha Mara a ficar longe de Noah por sua má fama, e eu gostei dele desde sua primeira aparição. E não poderia faltar a odiosa garota popular da escola, Anna, que tentará fazer um inferno da vida de Mara, ainda mais quando parece que ela e Noah estão cada vez mais próximos.

A autora criou uma história incrível que misturou romance, suspense, mistério, paranormal, acontecimentos pra lá de bizarros, momentos assustadores, ação e muito mais. Mara Dyer nos conta sua história em primeira pessoa, os capítulos são curtos, e conforme vamos avançando na história, queremos mais e mais e assim a leitura se torna rápida e prazerosa. 

Preciso dizer que foi bem difícil colocar em palavras o que senti lendo A Desconstrução de Mara Dyer. Na verdade acho que não consegui passar nem metade do que senti ao ler. O livro inteiro é muito bom e prende a atenção do leitor, mas após a metade eu senti isso com mais intensidade e não consegui largar até chegar à última página E o final? “UAU” é surpreendente! Preciso do segundo livro para ontem! Leiam, leiam... apenas leiam!