Resenha: Bem Mais Perto de Susane Colasanti

Título: Bem Mais Perto

Autora: Susane Colasanti

Editora: Novo Conceito

ISBN: 9788581630151

Ano: 2012

Páginas: 240

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Quando Brooke descobre que o amor de sua vida, Scott Abrams, está se mudando do subúrbio de New Jersey para Nova York, ela decide segui-lo até lá. Viver com o pai ausente e se adaptar a uma escola totalmente nova são desafiantes para ela — e as coisas ficam ainda piores quando ela descobre que Scott já tem uma namorada. Mas como ela aprende a sobreviver na cidade grande, começa a descobrir todo um novo lado de si mesma e percebe que, às vezes, o amor pode te encontrar mesmo quando você não está olhando para ele.

Eu estava louca pra ler esse livro bem antes de saber que seria lançado no Brasil. Eu adorava as capas dos livros da Susane e quero ler vários deles porque parecem que são histórias leves e boas de serem lidas.

O que mais gosto no origami é que sempre tem alguma coisa nova. [...] Você sempre pode fazer melhor do que antes. Você sempre tem uma nova chance. [Pág. 33] 

Não quero que ninguém me olhe daquele jeito novamente. Se isso significa que devo esconder quem eu sou, posso viver com isso. Passar despercebida é muito mais fácil que lidar com as consequências. [Pág. 105] 

Brooke parece uma típica adolescente, tem seus defeitos e suas qualidades, ama fazer origami, é super inteligente e tem um grande potencial que ela não gosta de explorar. Seu pai saiu de casa quando era jovem e ela mora com a mãe em Jersey, mas as duas não se dão tão bem assim. Ela é apaixonada por Scott Abrams e está se preparando para se declarar para ele quando descobre que ele vai se mudar para Nova York. Daí ela arruma uma desculpa e vai morar com o pai em NY para ir atrás do garoto dos seus sonhos. Quando começa a estudar na mesma escola descobre que ele tem namorada, mas nem assim desiste de tentar mostrar a ele que são almas gêmeas.

Encontrá-lo é a única coisa que me importa. Não vim aqui para fazer novos amigos. Já tenho April e Candice. Deixá-las foi muito difícil, mas nós conversamos o tempo todo. [Pág. 24] 

Eu demorei pra assimilar (na verdade ainda não assimilei) o motivo que levaria uma pessoa a fazer o que ela fez e queria sacudi-la pra ver se ela acordava pra vida. Pensem só, ela iria largar tudo, a mãe, as amigas dentre outras coisas para ir atrás de um cara que parece nem saber que ela existe e morar com o pai que a abandonou e que ela não fala desde que ele saiu de casa... tudo isso porque acha que ela e Scott nasceram um para o outro.

Você nunca consegue conhecer alguém completamente, não importa o quanto ache que conheça. As pessoas sempre omitirão partes de suas vidas. Sempre haverá alguma verdade sobre elas que você nunca saberá. Ou talvez, um dia você conheça a verdade que elas escondem e vai concluir que era melhor nunca ter descoberto. [Pág. 47] 

Com tudo que aconteceu em sua vida, devido à traição do seu pai, o abandono, o relacionamento com sua mãe, Brooke se tornou uma menina que não confia nas pessoas facilmente, mas aos poucos, apesar de dizer que não queria isso desde o inicio, ela começa a fazer algumas amizades novas, gosta da nova escola, se torna monitora e passa a gostar disso. Na monitoria ela conhece John, a quem ela tem que ajudar, pois ele tem dificuldades na escola.

Tenho um novo desejo para minha caixa dos desejos: eu gostaria de saber, somente uma vez, como é confiar em alguém completamente, sem ficar decepcionada. [Pág. 194] 

John é um garoto inteligente (apesar de ter disgrafia), entusiasmado e diferente. Eles se tornam amigos e ele parece gostar dela mais do que como amigo, mas ela só repara em Scott. John é o tipo de amigo que enxerga o potencial em você e te ajuda a descobrir isso. Quando Brooke finalmente consegue o que sempre quis, percebe que talvez aquilo não esteja acontecendo como ela esperava.

No inicio não gostei de Brooke, ela me irritou com essa ideia de ir atrás do Scott desse jeito, largar tudo por uma ideia que nem sabia se daria certo. Com o passar das páginas eu comecei a gostar de um outro lado dela, o lado inteligente, o lado de ver a vida nova de outra forma, a forma de pensar em vários assuntos dentre outras coisas. A mudança acaba sendo a melhor coisa que ela fez, mesmo que por um motivo louco.

Scott é o cara popular, bonito, etc., mas não me agradou. Ele no inicio parecia ser fofo e eu gostava de certa forma da amizade inicial dele e Brooke, mas depois de um tempo ele se tornou chato e com atitudes que não gostei. Sadie foi uma grande adição ao livro e a vida de Brooke, elas se tornam amigas e ela é engraçada com seu jeito diferente de ser. Foi ela quem convenceu Brooke a entrar na monitoria e assim ela, John e Brooke se tornaram amigos.

A narração é em primeira pessoa, os capítulos curtos, o que facilita uma leitura mais rápida e não cansativa. A ideia central apesar de parecer, não se trata de “romance”. A autora nos mostra uma jornada de uma garota que não sabia o que era ou o que queria da vida e como aos poucos ela consegue encontrar esse caminho. Em alguns momentos há diálogos/pensamentos que Brooke tem com ela mesma. Eu esperava um pouco mais do livro, mas ele ainda assim é bom.

Eu adorei muitos quotes desse livro, alguns mostram exatamente como Brooke pensa e age e tenho certeza que muitas pessoas podem se identificar com algumas delas! Escolhi esses dois como extra, porque acho que tem gente que irá se identificar: 

- As escolas ensinam somente para que os alunos resolvam a prova. Então, baseadas em suas respostas a algumas perguntas sem sentido, que eles simplesmente vão esquecer depois do teste, fazem esses julgamentos generalizados dos alunos. E têm a coragem de chamar isso de educação. Elas estão fazendo tudo errado! Como vamos ficar mais inteligentes sendo obrigados a aprender coisas que não nos interessam? E por que devo ser forçada a me tornar parte de alguma coisa em que não acredito? Só porque sou capaz significa que, automaticamente, eu tenha de fazer parte de um sistema corrupto? Sei que você está desapontado comigo, mas eu estou desapontada com a qualidade da educação que é oferecida para mim. Isso não tem importância? [Pág. 116]

Todos esses livros sobre pessoas muito felizes são tão cansativos! A vida real não é nem um pouco assim. Os melhores livros, os que me fazem ficar esperançosa, são aqueles em que os problemas dos personagens são resolvidos realisticamente no final, e não convenientemente amarrados com um grande laço vermelho. Grandes laços vermelhos são uma enorme mentira. [Pág. 42]

Capas do livro nos EUA (a com fundo alaranjado foi uma versão não definitiva da capa): 

PS: Eu amo todas as versões de capa, acho uma mais fofa que a outra. Quando acabei de ler, percebi que a capa do guarda chuva não combina muito com a história como a outra.

Beijos, Andresa