Resenha: O Céu Está em Todo Lugar - Jandy Nelson

Título: O Céu Está em Todo Lugar

Editora: Novo Conceito

Autor(a): Jandy Nelson

ISBN: 9878563219374

Ano: 2011

Páginas: 423

Sinopse: Lennie Walker, de dezessete anos de idade, gasta seu tempo de forma segura e feliz às sombras de sua irmã mais velha, Bailey. Mas quando Bailey morre abruptamente, Lennie é catapultada para o centro do palco de sua própria vida - e, apesar de sua inexistente história com os meninos, inesperadamente se encontra lutando para equilibrar dois. Toby era o namorado de Bailey, cujos sentimentos de tristeza Lennie também sente. Joe é o garoto novo da cidade, com um sorriso quase mágico. Um garoto a tira da tristeza, o outro se consola com ela. Mas os dois não podem colidir sem que o mundo de Lennie exploda...

Lennon Walker (Lennie), ama livros (seu preferido é O Morro dos Ventos Uivantes, que já leu 23 vezes) e música, acaba de perder sua irmã de 19 anos, Bailey, que morre de arritmia durante um ensaio da peça Romeu e Julieta. Com isso seu mundo desaba. Ela que sempre vivia a sombra da sua irmã mais velha, se vê perdida agora que ela se foi.

“ [...] Quis dizer que pressinto como a morte está por perto. Como nos espreita. E quem quer saber disso? Quem quer ter o conhecimento de que estamos a apenas um suspiro despreocupado da morte? Quem quer saber que a pessoa que você mais ama e de quem precisa pode simplesmente desaparecer para sempre?” Pág. 202

Lennie mora com sua avó e seu tio Big passa boa parte do dia em sua casa. Sua mãe foi embora há dezesseis anos e nunca voltou.


Um mês após a morte de sua irmã ela volta à escola e percebe que tudo continua a mesma coisa, como se o tempo não tivesse parado para as outras pessoas. Lá ela conhece o novo aluno, Joe, que entra para a banda da escola onde ela toca clarinete. Um garoto que vive com um sorriso no rosto, o que faz Lennie questionar como alguém pode ser assim o tempo todo mas que também de certo modo a atrai.

Toby, que namorava Bailey há dois anos, volta à vida da família dela e começa a deixar Lennie confusa em relação a seus sentimentos. Eles estão de luto por Bailey e ela acha que ele é o único que consegue compreendê-la e sabe exatamente o que ela está sentindo, o que os aproxima.


Lennie se sente mal por estar pensando em garotos enquanto deveria estar de luto pela irmã, mas não consegue evitar o que está começando a sentir. Por um lado Toby a consola, pois sente o mesmo vazio que ela com a morte de Bailey. Por outro Joe, um garoto alegre que a tira da tristeza em que está vivendo e faz de tudo para que ela tenha o mesmo entusiasmo com a música que antes.

“Deixe-me desabafar de uma vez: meu lado de garota vadia antes inexistente, agora está à flor da pele.” Pág. 159

Com o passar das páginas ela finalmente vai percebendo que estava se apegando a pessoa errada, pelo motivo errado e que está se apaixonando e encontrando uma luz para sua vida que antes vivia na escuridão.

“ [...] Concordo e sigo para o meu primeiro encontro de verdade, na vida. As outras noites em que fiquei com rapazes não contam, nem as que passei com Toby, em quem estou realmente tentando não pensar, e definitivamente nem as festas, cujos beijos passei dias, semanas, meses, anos seguintes pensando em formas de pegar de volta. Nada foi como isso, nada me fez sentir como me sinto agora, enquanto subo a montanha da casa de Joe, como se tivesse uma janela em meu peito pela qual a luz do sol penetra.” Pág. 190

Um livro bem escrito, com uma linda diagramação e letras em azul. Com pensamentos/poemas de Lennie entre os capítulos...seus sentimentos, desejos e diálogos com a irmã. Encontrados em partituras, árvores, copos de papel, paredes, etc. Os textos dela “encontrados” parecem coletados e colados em sua agenda, mas na verdade são as páginas do livro.


Escrito em primeira pessoa, nos mostra uma adolescente que tenta seguir em frente após perder o que tinha de mais importante na vida, sua irmã e melhor amiga. Confusa e sofrendo, ela vai acabar se apegando ao que puder para lembrar de Bailey.

- Nunca mais - digo, abotoando a minha camisa, sinto-me criminosa e errada, enjoada e envergonhada. - Por favor.

- [...] Sinto muito, Len...

- Não faz com que eu sinta menos falta dela - meu tom é metade decidido, metade nervoso. - Faz com que me sinta pior. Pág. 180

Durante a leitura, às vezes tinha vontade de sacudir Lennie, um turbilhão de emoções passam pela cabeça do leitor. O que gostei é que a autora escreve de uma forma que faz o leitor sentir a dor da perda e também aquele momento em que alguém começa a se apaixonar, aquela confusão na mente e coração.

“Olho em seus olhos sem tristeza e uma porta em meu coração se escancara. E, quando nos beijamos, vejo que do outro lado da porta está o céu.” Pág. 174

Um romance muito bonito, que retrata a dor, mas também celebra o amor. Recomendo!

Beijinhos, Andresa.