Resenha: O Falso Príncipe de Jennifer A. Nielsen

Título: O Falso Príncipe (Trilogia do Reino #1)

Autora: Jennifer A. Nielsen

Editora: Verus

ISBN: 9788576861997

Ano: 2012

Páginas: 295

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Sinopse: Em uma terra muito distante, a guerra civil é iminente. Para unificar o reino, um nobre chamado Conner trama um plano ousado, procurando por um garoto que se passe pelo filho desaparecido do rei e assuma o trono. Quatro órfãos são forçados a competir pelo papel, entre eles o rebelde e esperto Sage. O garoto sabe que os motivos de Conner são mais do que questionáveis e que sua vida está por um fio - se ele não for escolhido como príncipe na farsa, será morto. Seus rivais tem suas próprias táticas para vencer, e Sage não pode confiar em ninguém. Depois que Sage se muda do orfanato miserável onde vivia para o suntuoso palácio de Conner, os planos de seu novo mestre vão ficando mais e mais claros, até que finalmente a terrível verdade é revelada, provando-se muito mais perigosa do que qualquer mentira na qual ele já acreditou.

Lentamente, o choque começou a passar, e começamos a aceitar que, enquanto fizéssemos o que nos mandassem, viveríamos para ver outro amanhecer. [Pág. 30] 

Este é mais um livro que eu não conseguirei fazer jus ao que ele é com minha resenha. A melhor coisa que posso dizer é compre e leia o mais rápido possível! A Verus confirmou que o segundo livro será lançado ainda esse ano, no segundo semestre \o/ #TodosPira

Sage tem 14 anos e cresceu parte de sua vida em um orfanato. Os orfanatos da trama não parecem um bom local para se viver. A comida nunca é o suficiente, apanhar é uma coisa comum e as crianças podem ser vendidas como servos para nobres. Sage é um garoto esperto que vive roubando alguma coisa aqui e outra ali, comida na maioria das vezes, para sobreviver e ajudar a alimentar as crianças de onde mora.

Até que um dia um homem, Conner, aparece para levar o menino sem nenhuma explicação. No caminho ele se depara com mais três garotos retirados de orfanatos como ele. Além de Conner, há seus “capangas” para cuidar para que os meninos não fujam ou façam algo de errado. Aos poucos Conner vai explicando o porquê de ter pego os meninos, que logo no inicio passam de quatro para três, deixando claro que, quem não fizer o que eles mandam, será punido com a morte. 

- [...] Então sabemos que está disposto a matar para vencer.
- Estou. E estou disposto a mentir, enganar e roubar. Estou disposto a entregar minha alma ao demônio se necessário, porque acredito que minha causa é digna de absolvição. Eu preciso que um de vocês conduza a maior fraude jamais perpetuada na história de Carthya.[Pág. 33] 

Conner os leva para sua casa, que é enorme e possui vários servos a seu dispor. Lá ele conta seu verdadeiro plano: ele treinará e ensinará várias coisas aos meninos e no fim de duas semanas, um deles será escolhido para se passar pelo herdeiro do Trono de Carthya para evitar que uma guerra comece. O problema é saber se dá para confiar nele, mas não há outra opção, ou eles fazem parte daquilo ou não vivem para contar história.

[...] Na melhor das hipóteses, o plano era uma loucura, na pior, uma traição, não importa o que nosso anfitrião se esforçasse em negar. Nenhuma pessoa em sã consciência poderia esperar transformar um órfão em um príncipe em duas semanas. E tal pessoa teria que ser ainda mais louca para pensar que esse órfão poderia convencer uma corte inteira de que ele era o príncipe há muito perdido. [Pág. 59] 

De cara dá para perceber que com uma personalidade tão forte, Sage é uma das últimas pessoas que poderiam ser escolhidas para ser o príncipe, afinal ele não respeita as ordens, irrita a todos, não obedece e não se importa em aprender o que lhe é ensinado (boas maneiras, a ler, etc). Mas por algum motivo ele é mantido na disputa. 

- O que você acha que vai acontecer com os garotos que Conner não escolher?
- Você sabe a resposta.
- O mais triste é que não haverá ninguém para sentir nossa falta quando tivermos partido. Nem família, nem amigos, ninguém esperando em casa.
- É melhor assim - eu disse. - Vai ser mais fácil para mim, sabendo que minha morte não causará dor a mais ninguém. [Pág 73] 

Quem será o escolhido para se tornar o Falso Príncipe? Será que o plano dará certo? Em quem deve-se confiar?

Sage é um personagem cativante desde a primeira página. Ele tem um ótimo humor, é esperto, é corajoso e forte para alguém que passou pelas situações que ele passou. Ele é abusado e metido, mas de uma boa maneira. Não tem medo de enfrentar as pessoas, é cheio de atitude e tem uma língua afiada, o que na maioria das vezes lhe traz muitos problemas. Brilhante!

- Você faz de conta que é durão, mas já o vi apavorado. Você finge não se importar com ninguém, mas não deixei de notar sua reação quando Latamer caiu. E finge que poderia fugir de sua família em Avenia sem olhar para trás, mas ouço o tom de sua voz quando fala de seu pessoal. Não acho que você odeie as outras pessoas nem metade do que quer fazer crer. Você é um ator agora, Sage. Tudo o que Conner quer é que você represente pelo bem de Carthya, em vez de apenas pelo seu próprio bem. [Pág. 67] 

Mott é um dos que trabalha para Conner, e apesar de ele ter feito coisas horríveis ao longo do livro, eu gostei dele. Fui percebendo que apesar de seguir ordens de Conner e obedecer toda vez, ele ainda tinha alguma compaixão por Sage e parecia gostar dele, mesmo não podendo ajudá-lo.

Entre os meninos, existe Tobias e Roden. Nenhum dos dois parece boa coisa, mas no inicio eu tive uma preferência entre eles, e quando chegou ao final essa escolha mudou. Os dois são páreo duro contra Sage na luta pelo o trono, até porque Sage nem quer participar disso tudo e odeia a ideia de Conner, mas isso não impede os outros meninos de participarem da disputa da melhor forma possível.

Imogen é outra personagem que gostei, ela se tornou serva de Conner para quitar uma dívida de sua família. Sage percebeu sua presença desde a primeira vez que a viu e isso acaba causando mais problemas para ela, que de vez em quando aparece machucada.

A diagramação do livro é ótima. Na primeira página temos o mapa de Carthya e das terras vizinhas, a letra não é muito grande, mas não incomoda, páginas amarelas que eu tanto adoro e a capa é azul metálica com escrita dourada. 

O livro é narrado por Sage. Tem ação, aventura, fantasia, ambição, traição, surpresas, segredos que vão sendo desvendados aos poucos, um final surpreendente e um gancho para o próximo livro chamado The Runaway King, que será lançado nos EUA em março de 2013. Estou mais do que ansiosa para ler a continuação. Super recomendado!