Título:
O Morto (O Inimigo #2)
Autor:
Charlie Higson
Editora:
Galera Record
ISBN:
9788501089328
Ano:
2013
Páginas:
429
Sinopse: Quem
tinha mais de 16 anos foi tomado por uma doença. Os que não tiveram a sorte de
morrer vagam pelas ruas atrás de crianças para matar. As crianças se
organizaram para fazer expedições de busca por suprimentos nas redondezas, mas
achar comida é cada vez mais difícil e perigoso. Uma promessa de comida e
abrigo no Palácio de Buckingham é uma possibilidade, mas para isso será
necessário atravessar a cidade. Será que elas chegarão lá vivas?
O livro é a sequência de O Inimigo (resenha aqui), mas na verdade é mais um prequel porque se passa antes do primeiro livro, então podem ler tranquilos a resenha pois está SEM SPOILER.
Os rostos eram quase irreconhecíveis como rostos humanos: estavam sem forma, em carne viva, ensanguentados e inchados. Sem nariz, sem orelhas, sem olhos, as bochechas cheias e inchadas ou apodrecidas, deixando os dentes à mostra. Os que estavam na frente eram os mais saudáveis, mais jovens, rápidos e em forma, mas mesmo assim estavam visivelmente doentes, com a carne descolorida e túmida, com os corpos devastados pelo veneno que irrompia de dentro. [Pág. 228]
- A doença mata alguns e outros não. Ninguém sabe o porquê. E ninguém sabe quanto tempo vai demorar pra que todos aí fora morram. Pode levar semanas, e enquanto isso eles sabem que estamos aqui e não vão desistir até pegarem a gente. [Pág. 32]
Somos apresentados ao mundo após a infecção que contaminou a todos com mais de
14 anos (a sinopse diz 16, mas a história diz 14), e aqueles que não morreram
com a doença, começaram a vagar em busca de carne humana. Eles não são
exatamente “zumbis” apesar de sua aparência grotesca com bolhas de pus
estourando em tudo que é lugar e sua fome por carne humana, mas ninguém sabe
como ou porque isso aconteceu, afinal só restam crianças por aí agora.
- Mas não são zumbis.
- Sei que não são. Mas eles agem como zumbis, andam como zumbis, tirando os que conseguem correr, os rápidos, e são burros como zumbis, e comem pessoas como zumbis. [Pág. 127]
Numa
escola na Inglaterra um grupo de umas 20 crianças está tentando sobreviver aos
professores que se transformaram e estão atrás deles. Como no livro anterior a
narração é feita por vários dos personagens, mas fica claro que os
“protagonistas” são Jack e Ed, que são melhores amigos. Quando estão ficando sem
água e comida estocadas, eles percebem que é hora de sair da escola e procurar
outro abrigo, e assim partem de lá.
Depois
de encontrarem outros de seus amigos perto da escola, ele acabam se dividindo
porque Jack quer ir para Londres, para sua casa e tentar encontrar o que puder
de memórias que tiver por lá e Ed quer ir para o interior pois acredita que lá
será mais calmo e sem ataques. Quando Ed e seu grupo a caminho do interior
sofre uma emboscada dos infectados, muitas das crianças não sobrevivem e a
única salvação de quem sobreviveu aparece em um ônibus que os dá carona.
Greg,
o motorista do ônibus, é um adulto e parece não ter sido afetado pela doença, e
mesmo sem querer, as crianças precisam confiar nele se quiserem ter alguma
chance. No caminho eles encontram o grupo de Jack e todo o grupo se reencontra
(pelo menos os que sobreviveram). No ônibus outras crianças já haviam sido
“resgatadas”, dentre elas o filho do motorista, três garotas que não param de
falar e dois irmãos.
Na
esperança de encontrar algum lugar seguro, eles partem para Londres e terão que
passar por muitas situações se quiserem sobreviver. É claro que a tranquilidade
no ônibus não é longa e eles terão que fugir e se virar no mundo a fora. Terão
que superar o medo e tentar ficar juntos para que tenham maior chance de
sobreviver, mas será que eles encontrarão um lugar seguro o bastante para
ficarem? E quanto a comida e água?
Dentre
os personagens temos a filha de um dos professores que quase não fala, um
garoto que só sabe ficar lendo livros (até nos momentos cruciais), outro que
parece destemido e enfrenta o que vier com toda a coragem que tiver, um que do
nada virou um fanático religioso que acredita que o “Cordeiro” irá salvá-los e que isso tudo foi descrito na Bíblia
que iria acontecer, dentre muitos outros. Ed e Jack apesar de melhores amigos terão
que passar por várias provações sobre a amizade deles nessa jornada.
O
que achei interessante nesse livro foi que há uma narração em que nos mostra
uma das pessoas transformando-se nos
tais “zumbis” ou “pirados” como as crianças passam a chamá-los. E assim,
podemos saber o que se passa em sua mente enquanto se transforma (o quote abaixo demonstra parte disso).
Estavam escondendo a comida boa. Guardando para eles. Mas ela sabia como pegá-los. Estava dentro deles. O cheiro deles a fazia salivar. A boca estava cheia de líquido. Transbordou por cima dos lábios. Meu Deus, como estava faminta. [Pág. 289]
Outra
coisa que eu não esperava era que certos pensamentos meio sobrenaturais
pudessem ser reais, mas o final do livro parece mostrar que tem muito mais do
que imaginamos nessa história.
Além
disso, mais ao fim, algumas crianças (as mais nerds) resolvem tentar entender
como funciona a transformação e porque ela só afeta pessoas com mais de 15 anos.
E eles realmente conseguem entender alguma coisa e os leitores passam a ter
conhecimento maior sobre suas teorias, que são bem coerentes. Afinal, o que
aconteceria com uma criança quando completasse 15 anos? Continuará normal ou se
transformará? Tudo isso eles discutem para tentar entender, afinal tem vários
garotos de 14 anos no grupo.
[...] Era tudo uma merda. Não havia finais felizes. Ninguém tomando conta deles. Apenas miséria e luta. E para quê? As pessoas boas morriam do mesmo jeito que as ruins. [Pág. 306]
Como
no primeiro livro meu conselho é, não se apeguem a nenhum personagem. O autor
não tem a menor piedade em matá-los ao longo do livro. E a mudança de personagens
pode ser constante, pois ao mesmo tempo em que vários morrem outros grupos que
estão tentando a sobrevivência, aparecem.
Em
relação à capa do livro eu não gostei, acho que fugiu dos padrões da série e
não gostei das cores nem da imagem, abaixo vou postar as capas americanas da
série que combinam mais com o livro e seguem um padrão. O livro é grande, mas as
letras não são muito grandes.
E
infelizmente a série não é divulgada no Brasil, desde seu primeiro livro, tenho
certeza que boa parte das pessoas que visitarem o blog não vão nem saber da
existência do livro um. O ruim é que a série é incrível e as pessoas não sabem
o que estão perdendo.
A
série possui mais dois livros: The Fear e The Sacrifice. Eu tenho The Fear aqui
em casa e estou ansiosa para ler porque pelos comentários que li, ele faz uma
ligação entre os primeiros dois livros e dá um maior entendimento sobre o que
está acontecendo. Espero que seja lançado logo no Brasil, mas não tenho muita
esperança.
Eu sou fã da série desde o primeiro livro, que se tornou um dos meus livros preferidos, e gostei muito do segundo volume, não tanto como o primeiro, mas a série ainda tem muito o que contar nos próximos volumes e estou ansiosa para descobrir mais sobre esse mundo apocalíptico que Charlie Higson criou. Recomendo a série a todos!! Adoroooooooo.
Capas Americanas (Hardcover e Paperback)
Eu não conhecia esse livro, mas adorei sua resenha.
ResponderExcluirUm beijo.
Garota do Livro
Nossa, eu nunca tinha ouvido nada dessa série... mas, olha, parece bem interessante!
ResponderExcluirGostei muito da premissa do livro :)
Você acha melhor ler esse antes dos demais ou é melhor ler na ordem de publicação, apesar desse ser o primeiro na ordem cronológica?!
Eu gostei mais da capa americana do paperback - é linda! E não tem nada a ver com a capa nacional - que parece que é de um livro da Meg Cabot ><
Beijos,
Nanie
@Naniedias:disqus Pois é, como eu disse, a série não é divulgada por aqui, o que é triste porque ela é ótimaaaa!!
ResponderExcluirEm relação a ordem, eu acho que dá pra ler O Inimigo antes sim, mesmo se passando depois, porque O morto começa mais de um ano antes, mas no fim do livro já se iguala ao tempo em que se encontra O inimigo. Não fica confuso, pra mim foi um pouco difícil porque já tinha mais de 1 ano que havia lido O Inimigo, então eu não lembrei de tanta coisa como gostaria, mas é um livro que amei e pretendo reler qqer dia desses =)
Eu gosto da capa em paperback tb e é a versão que tenho tb além da brasileira rs.
Bjos,
Andresa.
Ah, entendi! Então meio que dá para ler em qualquer ordem esses dois primeiros, né?!
ResponderExcluirUma pena que a série não seja decentemente divulgada aqui no Brasil ><
@Naniedias:disqus Pois é, isso mesmo. Acho que dá pra ler na ordem de lançamento mesmo =)
ResponderExcluirÉ uma pena mesmo, acho que muita gente iria gostar da série.
Bjs.