Resenha: Imperfeitos de Cecelia Ahern

Título: Imperfeitos
Série: Imperfeitos #1
Autora: Cecelia Ahern
Gênero: Literatura Fantástica, distopia
Editora: Novo Conceito
Páginas: 320
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Classificação: 4 de 5

Sinopse: Celestine North vive em uma sociedade que rejeita a imperfeição. Todos aqueles que praticam algum ato julgado como errado são marcados para sempre, excluídos da comunidade, seres não merecedores de compaixão. Por isso, Celestine procura viver uma vida perfeita. Ela é um exemplo de filha e de irmã, é uma aluna excepcional, bem quista por todos do colégio, além do mais, ela namora Art Crevan, filho da autoridade máxima da cidade, o juiz Crevan. Em meio a essa vida perfeita, Celestine se encontra em uma situação incomum, que a faz tomar uma decisão instintiva. Ela faz uma escolha que pode mudar o futuro dela e das pessoas a seu redor. Ela pode ser presa? Ela pode ser marcada? Ela poderá se tornar, do dia para a noite Imperfeita? Nesta distopia deslumbrante, a autora best-seller Cecelia Ahern retrata uma sociedade em que a perfeição é primordial e quem cometer qualquer ato falho será punido. A história de uma jovem que decide tomar uma posição que poderá custar-lhe tudo.

Imagine um mundo em que as pessoas tem que ser perfeitas. Literalmente perfeitas. Não da forma com que diariamente muitas pessoas buscam a perfeição, mas seguindo regras rigidamente específicas. Quem quebrar qualquer uma dessas regras torna-se um imperfeito. Um párea, com quem ninguém quer se relacionar, de quem todos ficam longe e desviam o olhar. Os imperfeitos são marcados na pele e obrigados a seguir várias outras regras e restrições. As pessoas são condicionadas a obedecer e dedurar quem sai um milímetro que seja disso.

Celestine é uma cidadã exemplar, ótima estudante, boa filha, defensora das regras e do governo, além de namorada do filho de uma das maiores autoridades, o juiz Crevan. Celestine é perfeita. Seu mundo é preto e branco e ela sabe muito bem qual o seu papel nele. No entanto, uma decisão instintiva coloca em risco tudo o que conhece. De repente, ela pode tornar-se uma imperfeita, alguém igual as pessoas que ela passou a vida toda julgando. É o momento em que tudo o que Celestine sempre acreditou e o que ela sente que é o certo se confrontam e os resultados podem ser arrebatadores. Nada será como antes e isso pode custar muito.

Fiquei muito curiosa quando vi esse livro, principalmente por ser um estilo totalmente diferente do que a Cecilia Ahern sempre adota, mesmo que às vezes ela flerte um pouco com a fantasia nos outros livros. A escrita é bem fluida e a ambientação tranquila. Gostei muito da premissa, achei fantástica. Não tinha visto nada nessa linha até agora. Não conseguia parar de ler. A narração é incrível, em primeira pessoa, sob o ponto de vista de Celestine.

A parte humana da história é maravilhosa, os pensamentos da Celestine são mostrados muito bem, as relações entre as pessoas, a desumanização que ocorre com os imperfeitos. A doutrinação que acontece o tempo todo, como essas regras tornam-se internalizadas. No entanto, senti falta de saber mais sobre a estrutura da sociedade, o funcionamento de algumas coisas. Talvez a autora tenha escolhido não dar destaque para isso, mas achei que ficaram lacunas. Além disso, para mim algumas coisas foram clichês, meio mornas e previsíveis. Mesmo assim é uma ótima história. Me surpreendi com relação ao que esperava, positivamente.

Um livro envolvente, que me fez refletir bastante, afinal, isso não está tão longe assim de alguns comportamentos que vemos hoje. Ocorrer algo parecido um dia não seria tão impossível. Às vezes o clima é tenso, fiquei inquieta, triste, irritada e pensativa. Mas também tem seu lado mais delicado, de uma garota perdida aprendendo a se conhecer. Estou esperando ansiosa o próximo livro, nem sabia que era uma série. O final foi um choque. Espero mesmo que a Cecilia consiga dar uma continuidade legal, a premissa é muito boa. Indico a leitura, mas com calma, é uma distopia intensa, mas leve, de certa forma. Sem grandes expectativas. Acho que a autora se deu bem no gênero, mas preservou muitos dos seus traços.

OBS: O segundo volume, Perfect (Perfeitos), tem previsão para lançamento no exterior em abril de 2017. Sem previsão no Brasil ainda.

#PraCegoVer: A capa tem uma espécie de moldura de folhas, em tons escuros. No centro, há uma garota de costas, com um vestido vermelho, cabelo cacheado até o ombro, como se estivesse andando em uma estrada, que tem apenas mato e vegetação dos dois lados e algumas pequenas poças d'água. Não é possível ver para onde ela vai, mas num tom mais claro como se fosse uma sombra, envolta dela há um círculo de folhas ao que parece, como se fosse uma guirlanda de natal, de altura da cabeça até seu joelho e dentro desse círculo, que seria nas costas dela tem a letra I em maiúsculo como se fosse uma sombra no vestido. O tom de cores da capa é o azul e é como se o céu parecesse infinito à sua frente. A sombra da garota pode ser vista na estrada. O título fica na parte de baixo em tom salmão e abaixo a frase "Nossos defeitos nos fazem ser quem somos" e o nome da autora no topo em azul mais escuro. A capa é simplesmente linda, mas difícil de ser descrita.


2 comentários:

  1. Aninha!
    Bom saber que a Cecília saiu um pouco da sua zona de conforto e trouxo uma distopia bem escrita, apesar das lacunas que citou.
    Gostaria de conferir a nova forma de estilo da escritora.
    Mundo perfeito... quem acredita nisso?
    “Para saber uma verdade qualquer a meu respeito, é preciso que eu passe pelo outro.” (Jean-Paul Sartre)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

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  2. Hum,um toque de distopia na obra de Cecelia Ahern?E tem continuação,estou surpresa,quando vi esse lançamento pensei que seria um romance,é diferente do que ela costuma fazer,quero conferir.

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