Resenha: A Febre de Megan Abbott

Título: A Febre
Autora: Megan Abbott
Gênero: Suspense psicológico
Editora: Intrínseca
Ano: 2015
Páginas: 262
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Classificação: 3 de 5

Sinopse: Na Escola Secundária de Dryden, Deenie, Lise e Gabby formam um trio inseparável. Filha do professor de química e irmã de um popular jogador de hóquei da escola, Deenie irradia a vulnerabilidade de uma típica adolescente de 16 anos. Quando Lise sofre uma inexplicável e violenta convulsão no meio de uma aula, ninguém sabe como reagir. Os boatos começam a se espalhar na mesma velocidade que outras meninas passam a ter desmaios, convulsões e tiques nervosos, deixando os médicos intrigados e os pais apavorados. Os ataques seriam efeito colateral de uma vacina contra HPV? Envoltos em teorias e especulações, o pânico rapidamente se alastra pela escola e pela cidade, ameaçando a frágil sensação de segurança daquelas pessoas, que não conseguem compreender a causa da doença terrível e misteriosa.

Uma das coisas mais assustadoras é de repente perder o controle. Se ver em meio a um vendaval de mudanças que não se sabe de onde veio, e pior ainda, para onde irá levá-lo no final. Sobretudo, principalmente, estar impotente contra tudo isso, seja o que for. Sem saber, sem poder agir, sem certezas. Foram essas incertezas as constantes companheiras dos habitantes de uma pacata e acolhedora cidade onde todos se conheciam e tudo era calmo e feliz.

A vida das três amigas  Deenie, Gabby e Lise era ocupada por típicas coisas de adolescente. Até que um certo dia, Lise sofre uma convulsão violenta e inexplicável durante a aula. Aos poucos a notícia se espalha e começa a rede de troca de boatos. Dias depois, quando todos ainda estão tentando se convencer que não passou de um caso isolado, é a vez de Gabby convulcionar da mesma forma durante uma apresentação na escola. E esse é o ponto de partida para surgirem vários outros casos entre as garotas dessa faixa etária de toda a cidade. O medo silencioso que todos estavam fingindo não sentir é substituído gradualmente pelo pânico generalizado. Surgem teorias, acusações, o descontrole irracionalizando a todos. Seriam bactérias no lago da cidade? Seria a vacina do HPV, ou um vírus desconhecido? Ninguém sabe quem pode ser a próxima e muito menos como se proteger. Ninguém sabe do amanhã, se é que ele virá...

“Nunca acontecia nada naquela cidade, até o dia em que aconteceu.”

Esse livro me chamou a atenção primeiramente pela sinopse um tanto quanto misteriosa e pela premissa instigante. Só depois de terminar fiquei sabendo que foi inspirado em recortes de fatos reais. Confesso que esperei bastante da história. Os capítulos são bem escritos, não muito longos, alternados entre a perspectiva de alguns personagens, o que quase sempre fica ótimo, e esse foi um desses casos. É uma leitura permeada por um clima de suspense e ansiedade, vontade de logo ver o que acontece, mas achei esse ritmo quebrado em certas situações. A autora coloca muitas informações em alguns momentos, o que torna um tanto quanto maçante, às vezes.

Fiquei dividida em boa parte da leitura, pensando em milhares de possibilidades, criando teorias. Além de que me trouxe algumas reflexões e alguns sentimentos contraditórios com relação aos personagens. Há uma mistura de temas, dramas da adolescência, sexualidade, família, descobertas, amizade, conflitos... Essas questões foram bem trabalhadas e com certeza acrescentaram, mas acabaram por dar outro panorama a história.

Minha decepção foi todo o mistério em torno da questão principal do livro, ou seja, a febre, não ter sido resolvido de forma satisfatória para o que eu esperava. Explicações insuficientes, ficaram lacunas. A autora foi alimentando até o último momento e deu uma corrida nos acontecimentos. Não sei muito o que dizer, a mim não convenceu tanto. Mesmo assim é um livro eletrizante, reflexivo e intenso, a sua maneira. Vale a leitura.


8 comentários:

  1. Tava curiosa sobre esse livro, principalmente por ser um Suspense Psicológico! Amo demais, super Indico No escuro da Elizabeth Haynes, é muito bom também..

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    1. Amo no escuro! A Elizabeth é maravilhosa, tem também restos humanos dela que é ótimo. E leia A febre também, <3

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  2. Oi, Aninha. Confesso que me interessei por esta capa de A Febre, logo imaginei uma história de horror e suspense. Então, conclui que acertei em partes, pois a premissa do livro encantou-me bastante, toda esta história envolta da garota que sofre uma convulsão, e todas as outras a seguir, me fascinou de uma forma incrível. Estou louco pela leitura!

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  3. Desde que soube que vai virar série, to louca pra ler. Pelo que você disse, me parece que focaram em relações pessoais e esqueceram a febre, depois disso, quero ler mais ainda pra tirar minhas próprias conclusões.

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    1. Ai, acho que ficará ótimo como série. A leitura também vale com certeza.

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  4. Eu não curto histórias que tenham adolescentes como personagens principais - coisa minha, mas é que ando saturada dessa avalanche de livros de gênero - mas a sinopse é bem legal. Mas confesso que tenho um pé atrás com histórias que citem grandes mistérios nas sinopses pq na maioria das vezes o mistério nem é tão mistério assim e se tem uma coisa que me deixa irritada é frustração.

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  5. é bem chato quando começamos a ler um livro e com o desenvolver da trama surgem mistérios e no final eles ficam mal resolvidos, não sei se leria o livro.

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